Hoje, 08 de outubro, é comemorado
o dia do Nordestino. Há quem diga que não existem motivos para comemorar, mas
ninguém é obrigado a concordar.
Eu não concordo!
Tenho orgulho de ser Nordestino,
de ser desta terra de contraste, castigada pelo sol, mas na qual nem as rugas
do trabalho na terra seca são capazes de apagar o sorriso que faz os olhos
brilharem. Sou banhado pelo mar e pelo Velho Chico, que me inundam de esperança
de que um dia tudo há de melhorar.
Sou da terra do início e de onde
todo princípio é vital. Foi aqui o começo da civilização brasileira, é daqui
que a mão de obra pesada exportada para que tudo possa começar, é deste solo
que as matérias primas são colhidas, afinal como reza o ditado “se plantando tudo dá”.
Sou da terra do povo humilde, mas
com boa vontade e coração enorme. Pode não haver muito na mesa, mas nunca lhe
falta com o que ajudar. Minhas raízes são fortes como o meu sotaque, e em
qualquer lugar do mundo serei reconhecido, sem me envergonhar.
Minha essência é a alegria do
carnaval, felicidade explosiva e incomensurável, de um povo que trabalha
enquanto os turistas brincam, mas sem perder a alegria e a descontração tão
características.
Sou dos versos do baião de
Gonzaga, das poesias de Jorge, do romantismo preguiçoso de Caymmi, da ousadia
de Gil e Caetano. Nas minhas veias corre o sangue “arretado” de Lampião, as cores do Bumba meu Boi e a graça de um
povo de cabeça chata.
E vale rimar.
E vale rimar.
Alexandre Rodrigues