domingo, 21 de junho de 2009

Dançando no MaPA

Das piruetas aos cliques, dos palcos para a Rede, a dança contemporânea deixa as salas espelhadas para invadir o ciberespaço.

A dança contemporânea tem seu inicio marcado na década de sessenta nos EUA com a criação da Dança Moderna, na medida em que pretendia romper com os padrões rígidos da dança clássica. Entretanto, ela diferencia-se da moderna por não obedecer a técnicas e por não ter um modelo/conceito de corpo ideal. A dança contemporânea passa a ver o bailarino não como uma máquina de reprodução de movimentos, mas da a ele a autonomia de interagir com a coreografia, torna-o investigador de sua proposta. Assim, a dança deixa de ser algo apenas reproduzido, passa a ter papel social, questionador, incitador de pensamentos.

A Professora Doutora Ivani Santana, conceituada por pesquisas que relacionam dança contemporânea e tecnologia, vendo a necessidade de uma maior apropriação do espaço virtual para o desenvolvimento da pesquisa em dança criou o Mapa e Programa de Artes em Dança Digital (MaPA D2). O projeto tem como objetivo cadastrar e interligar pesquisadores e artistas do ramo em uma rede de compartilhamento de trabalhos acadêmicos.

Ivani assina projetos como: Poética Tecnológica na Dança: Processamento da Imagem em Tempo Real (início em 2004); Grupo de Dança Contemporânea (2004/2005); Corpo Mídia Lab (2005); A.L.I.C.E. Apropriação de Linguagem Interativa no Espaço (2006/2007).

Segundo Vládia Queiroz, responsável pela Gerência de desenvolvimento, “o projeto permitirá que pesquisadores tenham acesso a conteúdos referentes ao seu trabalho, que por sua vez, podem ser foco de outro em alguma parte do globo”.

Entretanto, o MaPA restringe-se a interessados em trabalhos acadêmicos da área de dança que façam uso de tecnologia. Sendo assim, o MaPA segue o conceito de ser uma plataforma virtual para a difusão e apoio educacional, tecnológico e mercadológico do campo da dança e da performance com mediação tecnológica. Todo esse mecanismo esta a disposição para 30 países de língua portuguesa e espanhola.

O projeto também tem como critério a especificação entre pesquisadores acadêmicos, àqueles que realizam trabalhos/pesquisas no âmbito das universidades ou instituições de formação superior, e artistas interessados em investigações no campo da dança/performance com utilização de mídias tecnológicas.

O lançamento do MaPA D2 ocorreu no dia 29 de abril do ano corrente no Pavilhão de aulas da federação (PAF I) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Para Vládia, “o lançamento do MAPAD2 foi muito significativo para todos que trabalham com dança mediada por tecnologia. Fizemos uma videoconferência com o grupo Konic, da Espanha que foi descentralizada em vários pontos remotos pelo Brasil e também um ponto em Portugal. A próxima videoconferência será em junho e será com Portugal, com o Prof. Doutor Daniel Tércio e um grupo de pesquisadores de lá, no mesmo formato anterior, e dessa vez incluindo mais pontos em videoconferência”.

Alexandre Rodrigues