quinta-feira, 24 de março de 2011

Quanto tempo???

Quanto tempo temos disponível??? Tempo para uma sessão de cinema, para um jantar romântico, para um papo com um amigo??? Vivemos tão acostumados com a velocidade cada vez mais rápida da internet que estamos fazendo de bites, horas.

Estava pondo em prática um hábito, digamos vício meu (cinema), quando me deparei com a seguinte situação: fim de filme, as luzes nem acenderam ainda e dezenas de pessoas já encontram-se de pé dirigindo-se a saída.

Meu Deus, seria demais esperar que o cast de atores começasse a subir na tela para que devagar e preguiçosamente pudéssemos levantar e nos dirigir ao lanche/jantar discutindo o que acabamos de ver???

Não... seria realmente pedir demais!!! O filme já acabou, o que estamos fazendo aqui ainda sentados??? Alguém já se perguntou o porquê de as luzes demorarem de acender e fazerem isso de forma lenta e suave??? O proquê de pedirem no início da sessão que desliguemos os celulares???

A idéia de uma sala escura, climatizada e sem interferências externas é para que possamos nos delisgar do mundo e sucumbir a algumas horas de fantasia. Poder esquecer a realidade tão corrida e dura e relaxar com uma história de um gênero que nos agrade. Os letreiros finais não estão ali apenas para que saibamos quem fez o que no filme que acabamos de assistir, afinal se esse fosse o único propósito as letras deveriam vir em tamanhos maiores.

Mais do que simplesmente o elenco e equipe técnica, aqueles minutos finais são a volta a realidade feita de forma sútil, com uma boa música, com as luzes se acendendo de forma gradativa para não termos aquela sensação de irritação nos olhos. É o momento da espriguiçada preguiçosa, do "gostei" ou "não gostei", a hora de refletir sobre o que acabamos de ver.

Entretanto, temos muito mais o que fazer do que simplesmente esperar que o letreito suba com um milhão de nomes que nunca nem se quer ouvimos falar em toda nossa vida. A um mundo lá fora que não parou para esperar que saíssemos da sessão de cinema, que por sinal é um luxo quase desnecessário já que podemos comprar um dvd pirata de um lançamento em qualquer esquina e assistir no conforto da nossa casa, ou mesmo baixar no iphone.

O tempo que cada vez mais segue como um papa léguas, em velocidade inalcansável, têm nos trasnformados em lentos coiotes e nem temos nos dado conta disso. Afinal, se não temos tempo de ir ao cinema e se deliciar com toda sua magia, quem dirás pensar na velocidade que a vida tem passado.

Alexandre Rodrigues