quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A indústria das "ologias"

A indústria do cinema parece ter perdido a criatividade. Uma onda de reproduções de sucessos literários e as continuações intermináveis de filmes parece ter virado moda.

Depois das famosas trilogias, agora a nova “onda” é a competição pela quantidade de reprodução que uma mesma criação pode alcançar. Parece que todos foram enfeitiçados por algum tipo de magia da continuação, mas até onde essas seqüências conseguem agradar o público?

O primeiro, causa impacto e traz ansiedade pelo segundo; o segundo empolga, ma não supera o primeiro; o terceiro é a explicação, então já não terá o mesmo encanto; o quarto, pra que é mesmo?

Os gêneros terror, suspense e ficção são os campeões no milagre da multiplicação, entretanto não se podem mais considerar exclusivos. Comédias passaram a investir em seqüências, e as comédias românticas agora invertem os sexos dos personagens principais e atualizam a mesma temática já assistida nas salas. Será que as fontes de idéias secaram? Ou da muito trabalho pra escrever algo novo? Ou é mais fácil simplesmente reproduzir?

Acabaram-se os tempos em que ir ao cinema para assistir um bom filme, com conteúdo inteligente, crítica social, lições de moral e que induziam questionamentos pessoais. Agora, restam apenas filmes para serem vendidos, efeitos especiais fantásticos e filmes vazios, com muita cor, mas nenhum perfume.

É fato que para toda regra há exceções e são elas que ainda levam aqueles que gostam de um bom filme a saírem de casa para ir ao cinema e essas exceções é que fazem esse mesmo público a ter esperanças de que o cinema ainda pode voltar aos seus tempos de glória.


Alexandre Rodrigues